SINPROESEMMA debate PNE na Semana de Ação Mundial 2025


O SINPROESEMMA, por meio da Secretaria de Assuntos Educacionais, realizou na terça-feira, 10 de junho de 2025, o debate sobre o PNE na boca do povo com participação: queremos nos ver no Plano Nacional de Educação! A atividade faz parte da Semana de Ação Mundial (SAM) 2025 e teve a participação de professores, sindicalistas, representantes de movimentos sociais e da sociedade civil.

A ação faz parte da mobilização mundial, coordenada no Brasil pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, com atividades em todo o país entre os dias 9 e 16 de junho. O objetivo central é garantir a participação popular na elaboração de um PNE democrático, inclusivo e alinhado às reais necessidades da educação pública brasileira.

A programação contou com a palestra do professor e pesquisador Dr. Carlos Dublante, que fez uma análise crítica sobre o atual cenário educacional e os desafios para a próxima década e também da professora Guelda Andrade, secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que reforçou o papel das entidades sindicais e da sociedade na construção coletiva do plano.
Secretária de Assuntos Educacionais do Sinproesemma,
Professora Régina Galeno

A secretária de Assuntos Educacionais do Sinproesemma, Régina Galeno, ressaltou a importância do engajamento da categoria.

“A Semana de Ação Mundial é o nosso espaço de fala e reivindicação. O novo PNE precisa dialogar com a realidade de professores, alunos e comunidade escolar e isso só será possível com escuta ativa e compromisso político. Queremos um PNE construído com participação social de verdade, onde os profissionais da educação sejam ouvidos e respeitados como protagonistas do processo educativo”, afirmou Régina.
Presidente do Sinproesemma,
Professor Raimundo Oliveira
O presidente do Sinproesemma, Raimundo Oliveira, enfatizou o papel do sindicato na mobilização em defesa de uma educação pública de qualidade para todos.

“Esse é um debate muito importante. Discutir o PNE é de suma importância para que esse Plano chegue realmente onde ele mais precisa e reflita, verdadeiramente, os anseios de toda a comunidade escolar. E o Sinproesemma segue atuando com firmeza para garantir metas que valorizem os educadores, com condições de trabalho reais e dignas para o desenvolvimento das nossas atividades e que ampliem o acesso e garantam recursos públicos para a educação pública. Porque acreditamos que somente através da educação é que iremos mudar a realidade do nosso país”, reforçou Oliveira.

Para ampliar o alcance da atividade, o Sinproesemma transmitiu o evento ao vivo pelo canal do YouTube do sindicato, permitindo a participação de educadores de outras cidades do Maranhão.

Fonte: ASCOM - SINPROESEMMA

Renda e emprego cresceram, mas salários miseráveis provocam insatisfação generalizada na classe trabalhadora


Por: Umberto Martins 

Após a crise causada pela pandemia, o Brasil passou por um momento de recuperação da atividade econômica, com reflexos positivos no mercado de trabalho. De acordo com o boletim Emprego em Pauta do Dieese, divulgado nesta sexta (13), entre o 4º trimestre de 2020 e o 4º trimestre de 2024, o número de ocupados aumentou em 16,6 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, a quantidade de desocupados caiu pela metade – de 14,4 milhões para 6,8 milhões.

A taxa de desemprego está nos mínimos históricos, o número de empregos formais tem aumentado e a inflação está sob controle. Em 2024, pelo menos 85% das negociações coletivas ficaram acima da inflação, o melhor resultado desde 2018, quando o Dieese iniciou a análise. Mesmo com números favoráveis, pesquisas revelam insatisfação generalizada por parte dos trabalhadores, um fato que os economistas encontram dificuldade para explicar.

Apesar dos índices positivos, o rendimento do trabalho no Brasil segue num patamar muito baixo, o que condena milhões de brasileiros e brasileiras a uma vida miserável: 31% dos ocupados ganhavam até um salário mínimo no 4º trimestre de 2024. Sobreviver em tais condições é quase milagre.

Entre 2014 e 2022, o rendimento médio se manteve praticamente estável, tirando da análise 2020 e 2021, anos muito impactados pela crise pandêmica. No entanto, de 2022 até 2024, houve aumento de 7,5% no rendimento médio real dos ocupados, que chegou a R$ 3.270 mensais no 4º trimestre de 2024, maior valor já registrado no país.

Embora o crescimento médio do rendimento tenha ficado em torno de 7,5%, entre 2022 e 2024, para todas as faixas, em termos absolutos (isto é, em reais), os que ganhavam menos foram menos beneficiados. Para os ocupados com os menores rendimentos, o aumento foi equivalente a R$ 76 mensais. Já para os 10% com maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior: de R$ 901 mensais. Ou seja, o aumento médio anual entre os 40% que ganhavam menos foi equivalente ao aumento mensal registrado para os 10% que recebiam mais.

Ao comparar as pessoas ocupadas no 4º trimestre de 2023 e que permaneceram assim no 4º trimestre de 2024, foi estimado que apenas metade (52%) teve aumentos de rendimento acima da inflação no período. A situação é melhor no grupo dos 40% com menores rendimentos, em que 70% declararam aumentos reais nos ganhos. Já entre os 10% com rendimento superior, menos de um terço (32%) declarou ampliação na renda.

Considerações finais

Os dados indicam que o mercado de trabalho está melhorando. Deve-se destacar ainda que há um conjunto de pessoas que não entra nas análises de evolução do rendimento: os milhões que estavam desempregados ou fora do mercado de trabalho, mas que passaram a ter rendimento. Entre o 4º trimestre de 2022 e o 4º trimestre de 2024, equivaleram a 4,4 milhões de ocupados.

A evolução do rendimento médio dá a sensação de que todos os trabalhadores estão ganhando mais, no entanto, metade dos ocupados afirmou não ter recebido aumento, em termos reais, no último ano.

A situação foi ligeiramente melhor entre os que ganhavam menos. No entanto, aumentos de percentuais parecidos podem guardar grandes diferenças entre os mais pobres e os mais ricos. O crescimento real de 7,5% no rendimento médio significou ampliação de apenas R$ 76 para os que ganhavam menos.

Quase um terço dos ocupados continua recebendo no máximo um salário mínimo, enquanto os preços dos itens básicos de consumo cresceram em ritmo mais acelerado do que a média da inflação, afetando diretamente os mais pobres. Por isso, políticas que incentivem a criação de empregos formais, a valorização do salário mínimo e o uso de instrumentos de negociação coletiva são fundamentais para a melhoria da vida dos brasileiros.