Agenda sindical: oportunidades e ameaças em 2025



Por: Neuriberg Dias*

O segundo semestre de 2025 será decisivo para o movimento sindical. O cenário político é marcado por uma forte polarização política e instabilidade externa, com destaque para a pressão em torno da anistia a Jair Bolsonaro, do impeachment do ministro Alexandre de Moraes e da crise comercial com os Estados Unidos, provocada pelas tarifas impostas pelo governo Trump.

Internamente, o governo além desse novo desafio externo político, enfrenta uma disputa orçamentária com setores do mercado, que estão pactuados com a maioria do Congresso e resistem a medidas de justiça fiscal e tributária para reduzir as desigualdades.

De um lado, o governo propõe uma agenda com medidas como: ampliação da isenção do Imposto de Renda; tributação de lucros e dividendos; taxação dos super ricos; redução de supersalários no serviço público; revisão de incentivos fiscais e da aposentadoria militar.

Do outro lado, há uma reação articulada de setores que defendem uma agenda de austeridade fiscal e contenção dos gastos sociais, propondo: a estagnação do salário-mínimo sem aumento real; a desvinculação de reajustes automáticos de benefícios previdenciários; a limitação de recursos para saúde e educação; além da retomada das reformas previdenciária e administrativa; e a manutenção de privilégios para a elite empresarial, entre eles: a derrubada do IOF, do imposto sobre grandes fortunas na reforma tributária, do fim da desoneração da folha, de isenções fiscais bilionária, do pagamento de IR para lucros e dividendos, aprovação de anistia de dividas para agronegócio e a metade do orçamento para pagamentos de juros da dívida.

Nesse contexto, o movimento sindical deve concentrar esforços na defesa do avanço da agenda colocada pelo governo e a priorização de propostas que valorizem o trabalho e ampliem direitos.

Entre os projetos em tramitação no Congresso, destacam-se como oportunidades:
1) Redução da jornada de trabalho e fim da escala 6x1 (PEC 221/2019, PEC 148/2015, PEC 8/2025);
2) Isenção do IR para rendimentos até R$ 5 mil (PL 1087/2025);
3) Fortalecimento da negociação coletiva (setores público e privado);
4) Retomada da ultratividade de acordos e convenções (PL 10572/2018, PL 2699/2019);
5) Negociação prévia para dispensa coletiva (PL 230/2023);
6) Homologação obrigatória das rescisões (PLs 8413/2017, 1397/2021, 2690/2025); 7) Regulamentação do trabalho por aplicativos (PLPs 12/2024 e 152/2025);
8) Regras sobre inteligência artificial (PL 2338/2023);
9) Novo Plano Nacional de Educação (PL 2614/2024);
10) Aposentadoria especial (PLPs 42/2023 e 245/2019);
11) PLR – Participação nos Lucros e Resultados (PLs 581/2019 e 2683/2019);
12) Fim da contribuição previdenciária de aposentados do serviço público (PEC 6/2024).

Nas ameaças, tramita projetos que ameaçam a valorização do trabalho e ampliação de direitos com destaque para algumas:
1) ampliação da multifuncionalidade no trabalho (PL 5670/2019);
2) “Pelotização” dos contratos por tempo indeterminado;
3) Reforma administrativa (PEC 32/2020);
4) Limitação da contribuição sindical (PLs 1663, 2830 e 2099/2023);
5) Criação do “Simples Trabalhista” (PL 2234/2019 e PLP 125/2023);
6) Prorrogação de jornada insalubre (PL 417/2022);
7) Trabalho aos domingos e feriados (PL 5516/2023);
8) Criação de cooperativas de trabalho sem regulação adequada (PL 537/2019);
9) Regime híbrido de jornada (PL 4098/2021);
10) Ameaças aos concursos públicos (PLP 164/2012).

No segundo semestre exigirá do movimento sindical uma posição firme na defesa das instituições democráticas e da soberania do país. Uma postura necessária não apenas nos bastidores institucionais, mas também pela força organizada da sociedade civil, nas suas bases eleitorais para a sensibilização legislativa a priorizar uma agenda para o povo.

Aproveito para compartilhar duas agendas importantes para tal finalidade: Agenda Legislativa das Centrais Sindicais no Congresso Nacional 2025, elaborada pelo DIAP (https://tinyurl.com/4n3k46fp) e a Pauta da Classe Trabalhadora – Prioridades 2025, elaborada pelo DIEESE (https://tinyurl.com/n6e3cb3x)

*Jornalista, Analista Político e Diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).

Em alta, Presidente do SINPROESEMMA é eleito Diretor Executivo da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil CTB


O Presidente do SINPROESEMMA (Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação Básica Pública do Estado do Maranhão) professor Raimundo Oliveira foi eleito para a Direção Executiva Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadras do Brasil (CTB). 



A eleição ocorreu no Congresso da Central em Salvador, na Bahia. O evento reuniu durante três dias  centenas de dirigentes sindicais de todo o Brasil.

A plenária final do 6º Congresso Nacional da CTB elegeu também a nova direção nacional da Central, com a recondução do baiano Adilson Araújo à presidência.

Delegação maranhense presente no 6° Congresso Nacional da CTB, em Salvador, Bahia

Em alta, além do Presidente, o SINPROESEMMA conseguiu emplacar o nome da professora Izabel Lins, atual Secretária Geral do SINPROESEMMA, na Direção Nacional.

De acordo com Raimundo Oliveira: "A nova gestão assume com o compromisso de fortalecer a unidade da classe trabalhadora, defender a soberania nacional e avançar na luta por um Brasil mais justo, democrático e igualitário. Aqui no Maranhão e no Brasil estamos prontos para os novos desafios que a luta em defesa do Brasil e da efucação exigem. Na CTB a luta é pra valer.".

6º Congresso da CTB encerra com chapa unitária e recondução de Adilson Araújo à presidência


Após três dias intensos de debates, luta e unidade, o 6º Congresso Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) chegou ao fim no sábado (9), em Salvador (BA). O encontro reconduziu Adilson Araújo à presidência da Central e definiu a nova diretoria para o próximo período.

Além da recondução, o Congresso marcou a criação de novas secretarias, que ampliam a estrutura e a atuação da CTB nas mais diversas frentes:
•Secretaria de Comércio e Serviço: Márcio Ayer
•Secretaria de Gêneros e Diversidade: Jhay Lopes
•Secretaria de Políticas para a Economia do Mar: Marcus Vinícius Balbino
•Secretaria de Serviço Público Municipal: Jadirson Tadeu Cohen
•Secretaria de Serviço Público Estadual: Luís Otávio da Silveira
•Secretaria de Serviço Público Federal: Fernando Mota
•Secretaria de Segurança no Trabalho: José Maciel
•Secretaria de Segurança e Vigilância: Edilson Pereira
•Secretaria de Água e Saneamento: Victor Duque Estrada
•Secretaria de Transporte e Logística: Valter Ferreira

Em seu discurso de encerramento, Adilson Araújo destacou as dificuldades para a realização do Congresso, a importância da unidade e o caráter democrático da Central:
“A nossa chapa unitária é a síntese de um esforço coletivo, fruto do caráter democrático e plural da nossa Central. Este é um mandato de transição, que inicia uma nova tarefa: construir uma nova composição e seguir lutando por um Brasil mais humano e menos desigual. Bendito aquele que semeia a luta e faz o povo pensar. A CTB é nutrida dessa convicção, de um ideal socialista. Sigamos na luta, até a vitória!”, afirmou.
A lista completa dos nomes que compõem a nova diretoria será divulgada em breve.
Com o encerramento do Congresso, a CTB reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos da classe trabalhadora, o fortalecimento da democracia e a construção de um país mais justo e igualitário.

Fonte: Portal CTB