Vídeo: Presidente do SINPROESEMMA Raimundo Oliveira fala sobre reta final da conquista do Precatório do FUNDEF para trabalhadores e trabalhadoras em educação


 

13º salário para aposentados e pensionistas deve ser pago em agosto e novembro


O Ministério da Previdência Social não deve antecipar neste ano o calendário de pagamentos do 13º salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso, os valores devem entrar nas contas dos beneficiários em duas parcelas a serem pagas em agosto e em novembro.

Em função da pandemia da covid-19, os valores do 13º de aposentadorias e pensões foram antecipados para os meses de maio e junho, nos anos de 2021 a 2023.

A primeira parcela é no valor de 50% dos benefícios, a segunda também é de 50%, mas haverá o desconto do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), caso o beneficiário ganhe acima da faixa de isenção que é de dois salários mínimos (R$ 2.824).

Segundo o ministério os repasses, estimados em R$ 62,7 bilhões, beneficiarão 32,5 milhões de pessoas.

Quem tem direito a receber

Recebem o abono os segurados e dependentes da Previdência Social que, durante o ano de 2024, tenham recebido auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão.

Quem tem direito, mas ainda não completou os 12 meses para receber na íntegra o valor, terão os depósitos feitos proporcionalmente ao número de meses em que recebeu o benefício.

Quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC), não tem direito ao 13º salário.

Isenção do IRPF

Os aposentados e pensionistas do INSS, com idades a partir de 65 anos são isentos do IRPF.

Também têm direito à isenção quem tem doença grave. No entanto, ao contrário de quem tem 65 anos em que a isenção é automática feita pela Receita Federal, as pessoas gravemente doentes precisam solicitar nas plataformas de atendimento do INSS o pedido, junto com a apresentação da documentação que comprove esse direito.

Como pedir a isenção do IR

Acesse o site Meu INSS ou o aplicativo

Selecione a opção “Novo Pedido”

Digite “Isenção de Imposto de Renda”

Na lista que abrir, clique no nome do serviço/benefício

Leia as informações que aparecerem na tela e siga preenchendo os campos conforme as instruções.

Aguarde ser chamado para a perícia médica e compareça ao local indicado, na data e na hora determinadas pelo INSS.

A declaraçao do IR deve seguir as orientações transmitidas no dia da perícia. Outras orientações podem ser obtidas junto ao INSS e à Receita, presencialmente ou online.

Seminário Internacional aborda os impactos da crise do capitalismo na organização sindical e no trabalho. Confira a programação!


Na
 segunda-feira (04), A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), em colaboração com a Federação Sindical Mundial (FSM), e outras centrais sindicais, realizarão o seminário internacional “A crise do capitalismo e seus Impactos na Organização Sindical e no Trabalho”, que promete aprofundar as análises e propor soluções para os dilemas atuais.

A programação do evento inclui palestras, exposições e momentos de participação da plenária, permitindo a interação entre os participantes e a troca de experiências. A mesa coordenadora será instalada às 9h, dando início às atividades do dia. Em seguida, haverá saudações das centrais sindicais filiadas e amigas da FSM, destacando a importância da união e da solidariedade entre os trabalhadores em todo o mundo.

Dentre os destaques das exposições programadas, estão as abordagens sobre a crise do capitalismo e seus impactos na organização sindical e no trabalho. Representantes da FSM, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e CTB apresentarão análises e reflexões sobre esse tema. A participação da plenária permitirá que delegações internacionais e brasileiras expressem suas opiniões e contribuam para o debate.

Além disso, o seminário contemplará questões relacionadas à importância das Unidades Sindicais Internacionais (UIS), com uma exposição conduzida por George Perros, oferecendo insights valiosos sobre a atuação sindical em escala global.

Um momento significativo do evento será o ato de solidariedade ao povo palestino e cubano, reafirmando o compromisso das centrais sindicais com a luta por justiça e direitos humanos em todo o mundo. Representantes desses povos terão espaço para expressar suas realidades e desafios, fortalecendo os laços de solidariedade entre os trabalhadores.


Confira detalhes da programação!

“A crise do capitalismo e seus Impactos na Organização Sindical e no Trabalho”
São Paulo, Brasil, 04 de março de 2024
09:00 – Instalação da mesa coordenadora;
09:15 – Saudações da Centrais Sindicais filiadas e amigas da FSM;
09:30 – Exposições: “A crise do capitalismo e seus Impactos na Organização Sindical e no Trabalho”, com Pambis Kyritsis (FSM), Antônio Neto (CSB) e Nivaldo Santana (CTB);
10:15 – Participação da plenária (15 falas da delegação internacional e 10 da brasileira, 4min cada);
13:00 – A importância das UIS´s com George Perros;
13:30 – Ato de solidariedade ao povo palestino e ao povo cubano, com a fala da representação palestina e cubana;
14:30 – Registro fotográfico e encerramento.

Fonte: Portal CTB

SINPROESEMMA e Seduc definem data de lançamento da plataforma para consulta de dados para o Precatório do Fundef

 


Na tarde de segunda-feira, 26 de fevereiro, o Sinproesemma e a Seduc participaram de um novo encontro da Comissão Especial de acompanhamento e elaboração do plano de rateio do Fundef. 

Na reunião, ficou definido que a plataforma para consulta pública dos professores que têm direito a receber o precatório do Fundef, será lançada nesta quinta-feira, dia 29 de fevereiro, através do site da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) e ficará disponível até o dia 17 de março.

Nessa primeira etapa de consulta, serão verificados dados pessoais e funcionais dos professores que trabalharam na rede estadual de educação à época de vigência do Fundef, ou seja, de janeiro de 1998 a dezembro de 2006, a quantidade de meses trabalhados e ainda set e licenças sem vencimento.

Em uma segunda etapa de consulta, prevista para o mês de abril, após a tabulação dos dados, a plataforma estará disponível para os professores visualizarem os valores que têm a receber do Precatório do Fundef conforme a quantidade de meses (cotas). 

Os representantes da Seduc também apresentaram aos diretores do Sinproesemma o esboço da minuta do decreto que irá formalizar todo o processo de pagamento do Precatório do Fundef no Estado.

Segundo o presidente do Sinproesemma, Raimundo Oliveira, é importante que os professores de fato verifiquem os seus dados o mais breve possível para que o processo de pagamento do precatório do Fundef prossiga. 


“A partir desta quinta-feira, 29, será lançada essa primeira etapa da plataforma de consulta do precatório do Fundef, que vai até o dia 17 de março de 2024, onde os professores poderão verificar seus dados pessoais e funcionais, visualizar os meses (cotas) trabalhados, entre outros dados. A plataforma está muito intuitiva e didática de forma que os educadores não terão problemas para assinalar e confirmar os dados, ou então, se haver contestação dos dados, poder fazer de forma simples e sem burocracia. Quanto mais rápida a consulta mais célere será o processo de conclusão de todo o trabalho realizado na comissão e assim tendo já disponível o recurso para o eventual pagamento do abono”, pontuou Oliviera.

Fonte: ASCOM - SINPROESEMMA

Aula do EAD Sindical da CTB acontece nesta quinta (29)


A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está promovendo mais uma edição do seu EAD Sindical, e desta vez conta com a participação especial do economista e professor David Fialkow. O evento está marcado para esta quinta-feira (29 ), às 18h30. As aulas virtuais mensais, serão sempre na última quinta-feira de cada mês, das 18h30 às 21h.

Com o tema “A centralidade do trabalho no capitalismo: ontem e hoje”, a aula promete ser enriquecedora e abordará questões fundamentais sobre o papel do trabalho no contexto do sistema capitalista, tanto em perspectiva histórica quanto contemporânea.

O professor Davi Fialkow, reconhecido por sua expertise na área econômica e acadêmica, trará insights valiosos para os participantes, proporcionando uma reflexão profunda sobre a importância do trabalho na estruturação e dinâmica do capitalismo.

Para participar, é necessário realizar a inscrição através do link: https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZwvdOCrqz0rHtLXqemGThN7oEEvNu38LSu2

Além disso, a CTB destaca que 2024 é o ano da formação, com atividades mensais do EAD Sindical, juntamente com cursos presenciais. Esteja presente e aproveite essa oportunidade única de aprendizado e crescimento profissional.

Eremi Melo, Secretária de Formação e Cultura da CTB, reforça o compromisso da central com a formação dos trabalhadores e trabalhadoras: “A CTB é a Central que mais cresce em número de sindicatos filiados. O nosso desafio é nos tornarmos a Central que mais forma Trabalhadores e Trabalhadoras”, disse.

Além da aula com David Fialkow, a CTB convida a todos para o Curso Nacional que acontecerá entre os dias 18 a 21 de março.

SINPROESEMMA realiza com sucesso Curso de Formação de Formadores e Formadoras

Presidenre do SINPROESEMMA Professor Raimundo Oliveira fala na Mesa de Abertura do Curso

O Sinproesemma realizou na sexta-feira e sábado (16 e 17 de fevereiro) o Curso de Formação de Formadores e Formadoras que tem o objetivo de preparar e aperfeiçoar a prática docente para os sindicalistas dispostos a ministrarem aulas referentes à formação sindical.

Ministrado pelo Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES), com os formadores Augusto Petta e Liliana Lima, o curso teve carga horária de 16 horas e abordou temas de caráter pedagógico, pressupostos metodológicos e didáticos que viabilizam a prática docente específica do sindicalismo.

Segundo Liliana Lima, a experiência com os educadores do Maranhão foi muito proveitosa.

“Observamos o potencial que o grupo tem para poder expandir essa formação com qualidade e responsabilidade contribuindo para ampliação do nível de consciência política no Estado. Identificamos um potencial muito grande e estamos apostando que essa formação vai acontecer com esse grupo”, disse Liliana.

Professor Augusto Peta e Professora Liliana Lima

Já Augusto Petta, pontuou que o curso é muito importante porque chega até os trabalhadores que estão na base do sindicato, transmitindo conteúdo que são importantes para todos conhecerem como a história e as concepções do movimento sindical, as grandes transformações no ambiente de trabalho, o método dialético, etc. Petta enfatizou que é fundamental desenvolver a consciência política, porque há valores hoje, principalmente da extrema direita, que não correspondem com a verdade e é necessário levar a verdade para os trabalhadores.

Professora Ânery, Professor Amarildo e Professor 

Segundo o secretário de formação do Sinproesemma, Amarildo Silveira, essa é mais uma etapa fundamental de formação dos diretores do Sinproesemma que será expandida para toda a base.

“A formação de formadores é fundamental para fortalecermos a atuação sindical e promovermos uma educação mais crítica e transformadora. Estamos comprometidos em capacitar nossos sindicalistas para que possam atuar como multiplicadores de conhecimento e agentes de mudança em suas bases”, afirmou Amarildo.

Presidenre do SINPROESEMMA
Professor Raimundo Oliveira destaca
importância da formação

Para o presidente do Sinproesemma, Raimundo Oliveira, o sindicato reafirma seu compromisso com a formação sindical em busca de mais consciência crítica e política dos agentes envolvidos que visa uma educação pública de qualidade e valorização dos trabalhadores da educação.

“Durante o curso, os diretores do SINPROESEMMA puderam trocar experiências e aprimorar as habilidades como formadores, a fim de disseminar essas práticas e conhecimentos, conscientização sobre a importância de um sindicato, o mundo do trabalho e os direitos dos trabalhadores, assim como a importância da organização sindical. Além disso, foram desenvolvidos ferramentas e recursos para que possamos conduzir atividades de formação de forma eficaz e engajadora com o intuito de engajar o máximo de sindicalistas na missão de expandir o conhecimento da nossa base e teremos uma categoria mais atenta e conhecedora dos seus direitos”, finalizou Oliveira.

Para acessar o album de fotos, CLIQUE AQUI

Fonte: ASCOM - SINPROESEMMA

Centrais sindicais apoiam Lula e defendem a paz


Por Altamiro Borges

Enquanto o carniceiro israelense Benjamin Netanyahu chama o presidente Lula de “persona non grata” e a mídia sionista nativa replica os ataques e naturaliza as milhares de crianças mortas e mutiladas em Gaza, os movimentos sociais se levantam para pregar a paz e elogiar a postura altiva e corajosa do governo brasileiro diante do genocídio do povo palestino. Nesta terça-feira (20), as principais centrais sindicais do Brasil lançaram um manifesto intitulado “O presidente Lula defende a vida, a paz e a soberania dos povos”.

Entre outros pontos, elas expressam “apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está sofrendo ataques da imprensa por sua declaração de repúdio ao massacre contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Já são quase 30 mil mortos e 70 mil feridos, maioria crianças e mulheres palestinas. Lula defende a vida, a paz e a soberania dos povos, em sintonia com as decisões da Corte Internacional de Justiça. É imperioso parar com o genocídio… A fala de Lula, ao contrário do que tem sido sugerido, passa longe do antissemitismo. Ao contrário, ele citou o Holocausto, evento ocorrido durante a Segunda Guerra”.

O manifesto unitário é assinado por Sérgio Nobre, presidente da CUT, Miguel Torres, presidente da FS, Ricardo Patah, presidente da UGT, Moacyr Roberto Tesch, presidente da NCST, Adilson Araújo, presidente da CTB, Antônio Fernandes dos Santos Neto, Presidente da CSB, Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical, e José Gozze, presidente da Pública. O texto conclui: “Não compactuamos com a violência de nenhum lado e, assim como o presidente Lula, queremos que a paz seja restaurada, para efetivamente proteger a vida e a soberania do povo palestino. Queremos a paz e a proteção da vida. Uma paz com justiça e igualdade”.

Carta dos movimentos sociais do campo

No mesmo rumo, os Movimentos Sociais do Campo, Floresta e Águas, denominados Campo Unitário, lançaram uma carta em que expressam “total apoio ao posicionamento do presidente Lula acerca do genocídio contra o povo palestino na região de Gaza. Lula foi na contramão do que defendem as potências mundiais ao tratar a ofensiva de Israel como um genocídio e comparar com o holocausto da Alemanha nazista contra os judeus na Europa. Lula foi corajoso em condenar a prática de extermínio na qual mais de 12 mil crianças já foram cruelmente assassinadas”.

Ainda de acordo com a carta, Lula “rompeu com o silêncio dos grandes meios de comunicação, inclusive de nosso país, frente à tragédia que ocorre em Gaza. Mas também chama para si e seus pares a responsabilidade para impor limites a Israel. Assim, Lula reafirma sua posição como liderança do Sul Global e condena as potências imperialistas pela licença concedida ao Estado de Israel para promover o genocídio na Palestina”.

Vira-latismo da mídia brasileira

Vale citar ainda a nota publicada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que reúne todas as entidades que lutam por maior pluralidade e diversidade na mídia brasileira e pelo fim dos monopólios midiáticos. Intitulado “A coragem de Lula e o vira-latismo da mídia”, o texto afirma que “a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a similaridade entre o extermínio do povo palestino que Israel hoje tenta levar a cabo e o nazismo que perseguiu e massacrou judeus no século passado foi acertada, corajosa e precisa”.

“Chocante mesmo é o papel lamentável da chamada grande mídia brasileira, que corre a fazer coro ao discurso falacioso do gabinete de Benjamin Netanyahu, uma força política corrupta que tenta sequestrar o judaísmo para si enquanto sustenta um regime colonialista, fascista e racista, que nada tem a ver com tradição judaica cultural ou religiosa”.

“Em uníssono, os veículos da mídia comercial adotaram a versão do atual governo de Israel e de entidades abertamente sionistas que atuam no Brasil, demonstrando parcialidade diante das atrocidades cometidas em Gaza e subserviência ao país estrangeiro ao naturalizar o constrangimento imposto à diplomacia brasileira e a ofensa ao Presidente Lula, que se destaca na geopolítica internacional pelos seus esforços pela paz”.

CNTE denuncia ataques aos resultados da Conae 2024


Logo após o encerramento da Conferência Nacional de Educação (Conae 2024), marcado pelo grito de “FORA LEMANN” entoado na plenária final pelos mais de 2.000 delegados/as presentes na Universidade de Brasília, os três principais jornais de circulação no Brasil e uma revista semanal publicaram editoriais e matérias em que, resumidamente, acusam a Conae de (i) promover disputa ideológica com setores conservadores da sociedade, (ii) equivocar-se no diagnóstico e nas prioridades para a educação e (iii) propor metas inviáveis para a educação na próxima década. Um deles chegou a cobrar “plano consistente e habilidade política” ao Ministro Camilo Santana, tanto para mediar as necessidades urgentes da educação no Congresso Nacional como para lidar com pressões da base sindical ligada ao PT.

Esse último argumento foi requentado por Veja, que cita, em matéria públicada em 17/02/2024, a amizade do presidente da CNTE e coordenador do Fórum Nacional de Educação, Prof. Heleno Araújo, com o presidente Lula, como fator de sobreposição do debate ideológico (de esquerda) aos supostos interesses genuínos e de neutralidade que devem embasar o futuro Plano Nacional de Educação (PNE). Contudo, para Veja, o essencial é manter a reforma do ensino médio (NEM) ancorada na ideologia neoliberal, e a revista atua claramente para influenciar a aprovação do desastroso substitutivo do deputado Mendonça Filho (União/PE) – ex-ministro da Educação de Michel Temer e coautor do NEM – na Câmara do Deputados.

Para além da contradição supramencionada, os editoriais publicados no dia 1º/02/24, pela Folha de São Paulo, e nos dias 13 e 14/02/24, pelo O Globo e O Estado de São Paulo, respectivamente, contêm incoerências metodológicas e se alicerçam, assim como a matéria de Veja, em pautas neoliberais que perfazem a ideologia política, social e econômica desses veículos de comunicação voltada para a educação e o conjunto das políticas públicas.

As principais críticas da Folha de São Paulo às deliberações da Conae se pautam nas contraposições apresentadas no texto da Conferência aos projetos de educação domiciliar (homeschooling), das escolas Cívico-Militar e Sem Partido (mordaça aos educadores) e de revogação da reforma do ensino médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O periódico e os demais veículos que se posicionaram sobre esses temas não veem riscos à democracia e à garantia do direito à educação (para todos/as) nas proposições que fundamentam o ultraliberalismo e o projeto golpista do bolsonarismo, responsáveis por verdadeiros apartheid socioeducacionais e pelo recrudescimento das pautas de costumes no país.

Outro tema destacado pelo lobby midiático refere-se a proposta da Conae 2024 de reeditar a meta 20 do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê alcançar o investimento equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, ao longo da próxima década. Os periódicos argumentam que o atual investimento na educação brasileira (5,2% do PIB em 2022) é similar ao de países desenvolvidos e em desenvolvimento, a exemplo da França (5,5%), da OCDE e seus parceiros (5,1%), entre outros. Ocorre, no entanto, que o PIB americano em 2023, país integrante da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento – OCDE, foi de US$ 26,9 trilhões, o chinês US$ 17,7 trilhões, o alemão e o japonês US$ 4,4 trilhões, o francês US$ 3,05 trilhões, tendo o Brasil alcançado US$ 2,1 trilhões. Além da gritante diferença de valores nominais e do impacto de 5% investidos na educação em cada um deles – sobretudo à luz das desigualdades de acesso, permanência e aprendizagem ainda gritantes no Brasil –, a maltrapilha comparação desconsidera a paridade do poder de compra em cada nação.

Nesse quesito, o Brasil ocupa a 51ª posição entre 105 países pesquisados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ou seja, mesmo sendo a 9ª economia mundial, nossa riqueza pelo poder de compra (câmbio efetivo) equivale potencialmente a 51ª economia. Dito isso, e no afã de desqualificar os encaminhamentos da Conae 2024, a grande mídia comparou alhos com bugalhos.

Não obstante as incoerências metodológicas, é preciso destacar que o investimento público em educação no Brasil (recursos disponibilizados para instituições públicas e privadas) nunca superou o patamar de 5,4% do PIB ao longo da última década – em flagrante descumprimento da Lei 13.005 (PNE) –, tendo descrescido em 2020 e 2021 para 4,8% e 4,5%, respectivamente. Em contrapartida, os gastos com a dívida pública alcançaram a média de 10% do PIB no período do golpe que depôs a presidenta Dilma Rousseff (2015 a 2018) e fechou o ano de 2022 em 7,9% do PIB. Esse patamar (que sufoca os investimentos sociais) supera em larga medida os níveis de rolagem da dívida pública em outros países, conforme mostra o relatório de Despesas por Função do Governo Geral1 . Em 2021, a média desses gastos frente ao PIB foi de 4,1% na América Latina, 2,9% nos países do G-20, 2,2% nos países emergentes e de 1,37% nas economias desenvolvidas.

O Documento-Referência da Conae e as emendas a ele aprovadas demonstram a necessidade de se elevar os investimentos públicos na educação pública ao patamar de 10% do PIB, até que o país quite as dívidas socioeducacionais e alcance padrões de qualidade e equidade em todos os níveis, etapas e modalidades da educação. Somente com novos investimentos será possível ampliar definitivamente as matrículas em tempo integral, ofertar mais vagas em universidades públicas e em escolas técnicas, melhorar a qualidade da formação docente e dos demais trabalhadores em educação, valorizar os profissionais da educação básica com piso salarial e planos de carreira dignos, além de melhorar a infraestrutura das escolas e a qualidade da educação em todo o país. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB é um importante instrumento de equidade na oferta educacional, mas falta dinheiro novo para promover a qualidade da educação.

A Conae também identificou com segurança as fontes de recursos para se alcançar o investimento equivalente a 10% do PIB na educação, sendo que parte desse compromisso está condicionada à regulamentação da reforma tributária, em especial à taxação das grandes fortunas, uma experiência jamais vivenciada no Brasil! Apenas a criação do imposto sobre lucros e dividendos de pessoas físicas (ricas) – aprovado na Câmara e pendente de votação no Senado desde 2021 – tem capacidade de arrecadar cerca de R$ 200 bilhões ao ano, com previsões de repasses de mais de R$ 40 bilhões ao MEC e às secretarias estaduais, distrital e municipais de educação. Outras fontes significativas perpassam pela reoneração de tributos isentados às petrolíferas que exploram a camada Pré-sal (mais de R$ 1 trilhão até 2040, conforme a Lei 13.586/2017) e pela recomposição da participação da Petrobras em todos os poços de exploração no Présal (Lei 13.365/16).

Essas duas medidas pós-golpe de 2016 retiraram vultosas quantias do Fundo Social, que destina 50% de suas receitas à educação. Ademais, uma redução de 50% nos gastos de rolagem da dívida, além de posicionar o Brasil num patamar mais coerente ao de outras nações de mesmo porte, abriria margem de mais de R$ 500 bilhões ao ano para se investir em educação e outras políticas sociais. Lembrando, ainda, que a cada 1% a menos na taxa Selic o país economiza cerca de R$ 40 bilhões ao ano com juros da dívida. Portanto, tudo perpassa por vontade e prioridade políticas e pela condução responsável da economia, sem privilégios e com justiça tributária.

O relatório Education at a Glance 2023 – citado em alguns editoriais em comento – corrobora a tese de escassez de recursos na educação brasileira ao revelar que o investimento per capita no nível básico equivale a 1/3 (um terço) da média anual da OCDE – US$ 3.583 contra US$ 10.949. E os professores brasileiros da escola básica continuam entre os que recebem as piores remunerações entre as 46 nações pesquisadas. Alías, o piso salarial profissional nacional do magistério – importante conquista da categoria – não é cumprido em muitos municípios do Brasil, sendo, inclusive, motivo para o achatamento das remunerações em diversos entes que alegam não possuírem recursos para pagar o piso nas estruturas de planos de carreira.

Como alternativa ao subfinanciamento da educação básica – escancarado em relatórios internacionais –, o editorial do Estadão propôs transferir parte dos investimentos da educação superior para a educação básica, já que o primeiro encontra-se próximo a patamares de nações desenvolvidas. Ocorre que, além de não resolver o problema (ver nota da FINEDUCA2 ), essa condição promoveria o desmonte da ciência e da pesquisa nacionais, estratégia essa, diga-se de passagem, levada a cabo nos governos de Temer e Bolsonaro sob o manto da recém revogada Emenda Constitucional nº 95/2016. Ademais, trata-se de subjugar a soberania nacional e os interesses de uma nação que se pretende desenvolvida, para todos/as, diante do histórico complexo de vira-lata inerente às elites nacionais.

A eleição de Lula para seu 3º mandato presidencial – embora tenha contado com a adesão de outros setores que não admitiam mais a presença de um fascista e golpista no poder – representou, acima de tudo, a retomada de pautas sociais e estratégicas que foram represadas pelas políticas ultraliberais implementadas nos 6 anos que sucederam o golpe institucional de 2016. Sendo que a Conae significou a expressão das pautas progressistas em âmbito da educação, o que, dado o conteúdo dos três editoriais em questão e da matéria de Veja, colidem frontalmente com o projeto de sociedade defendido por quem financia a opinião pública brasileira.

Na condição de entidade representativa dos trabalhadores da educação básica pública no Brasil, a CNTE reitera sua defesa às deliberações da Conae 2024 e lutará para que o documento final da Conferência seja inteiramente absorvido pelo Executivo em seu projeto de lei e nas votações do Congresso Nacional.

A educação democrática e emancipadora é condição para o desenvolvimento soberano e para a igualdade social. O Brasil precisa superar os ciclos de pobreza gerados, em grande parte, pela baixa escolaridade e formação acadêmica de seu povo.

Por um PNE inclusivo e transformador!

 

Brasília, 19 de fevereiro de 2024

Diretoria da CNTE

Presidente do SINPROESEMMA desembarca em Brasília e protocola pedido para governo federal pagar Precatório do Fundef em parcela única

Presidente do SINPROESEMMA Professor Raimundo Oliveira 

O presidente do Sinproesemma Raimundo Oliveira desembarcou em Brasília nesta Quinta Feira (4). 

Na missão, representando trabalhadores e trabalhadoras da educação no Maranhão, o dirigente protocolou ofício no Ministério da Fazenda em que solicita ao Governo Federal o pagamento do Precatório do Fundef de uma só vez, sem parcelamento. 

Do montante dos valores 60% é para os professores e professoras que trabalharam na época de vigência do Fundef, entre janeiro de 1998 e dezembro de 2006.

Ofício protocolado no MF

Raimundo Oliveira destaca o compromisso da Diretoria do sindicato com a defesa dos interesses da classe. "O SINPROESEMMA tem compromisso e responsabilidade e defende aquilo que é melhor para a categoria com luta e transparência, para que todos e todas tenham seus direitos garantidos. "., disse Oliveira, 



De acordo com Oliveira "O Sinproesemma luta para que os trabalhadores e trabalhadoras em educação recebam o precatório de forma global, com juros e correções monetárias, sendo 60% de todo o recurso para os professores e os outros 40% para investimentos exclusivos para a educação maranhense utilizar na infraestrutura, formação continuada dos professores, bibliotecas e laboratórios nas escolas, entre outros investimentos.

Acompanhe mais informações no vídeo acima. 

Governo Lula cria 'Central Alô Trabalho 158'


A 'Central de Atendimento Alô Trabalho' é um canal de comunicação direto entre cidadão e poder público que funciona em todo o território nacional. 

Através do número telefônico 158, é possibilitado ao cidadão ter acesso a informações como: seguro-desemprego, abono salarial, aplicativo da CTPS Digital e Portal Gov.br, CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), legislação trabalhista, entre outros.

O telefonema é gratuito de qualquer telefone fixo; chamadas por celular serão cobradas. O atendimento eletrônico será automatizado ou por meio de um atendente.

Contato: chamada telefônica para o número 158.

Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado das 7h às 19h.

SINPROESEMMA movimenta aposentadas e aposentados com 9a edição do passeio turístico; inscrições e pagamentos já estão acontecendo

Professora Edna Castro é Diretora de Aposentados e Aposentadas do SINPROESEMMA

O Sinproesemma por meio
da Secretaria dos Aposentados  realizará entre os dias 16 a 22 de junho de 2024 o 9º Passeio Turístico. 

Este ano os aposentados e aposentadas associados aos Sinproesemma terão a oportunidade única de explorar os encantos das paradisíacas Pipa, Natal e João Pessoa.


“O Sinproesemma vai proporcionar mais um passeio turístico inesquecível, com destinos turísticos consagrados para os nossos aposentados com um valor acessível e que pode ser parcelado em até 6 vezes sem juros, permitindo que os aposentados planejem sua viagem de acordo com suas necessidades financeiras”, disse Edna Castro, secretária de Aposentados do Sinproesemma.

O Presidente do SINPROESEMMA Professor Raimundo Oliveira estimula a atividade: "“O Passeio Turístico dos Aposentados do Sinproesemma não é apenas uma viagem, mas uma oportunidade de criar memórias e fortalecer os laços entre os aposentados do Sinproesemma e também uma chance de os aposentados explorarem o Brasil de uma maneira única, celebrando com colegas e amigos”. 

As inscrições iníciaram ainda  em 2023 para facilitar para as interessadas. No ato da inscrição deverá ser realizado o pagamento da primeira parcela no valor de R$ 336,00, sendo mais 5 parcelas de R$ 336,00, finalizando em maio de 2024. A inscrição pode ser feita na sede administrativa do Sinproesemma que fica localizada na Rua Direita, nº 128, Centro de São Luís ou então mediante o depósito no BANCO DO BRASIL – Agência nº 020-5, Conta nº 9346-7 ou CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – Agência nº 027, Conta nº 4520-0, em nome do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Pública Estadual e Municipal do Estado do Maranhão – SINPROESEMMA, CNPJ: 05.645.999/0001-40. 

Caso a inscrição seja feita via pagamento direto na Conta do Sinproesemma, o comprovante de depósito deverá ser enviado para a Secretária de Aposentados, Edna Castro, através do whatsapp (98) 98442 3220.

Saiba que situações se configuram como assédio moral no trabalho e como se defender


Recentemente ganhou repercussão na mídia e nas redes sociais o tratamento dado por um técnico de futebol a um jogador de seu time. Mano Menezes, trinador do Corinthians tirou o jogador Yuri Alberto da partida contra o São Bernardo, no último dia 27 de janeiro. O ‘timão’ perdeu o jogo por 1 a 0. O técnico, durante o jogo, após uma falta cometida pelo jogador, chamou-o de burro.

Tal episódio ‘levantou a lebre’ sobre os limites de tratamento que superiores hierárquicos devem dar aos demais colegas de trabalho, seja no futebol, seja em qualquer categoria de trabalhadores.

O assédio moral é um problema grave, que adoece milhares de trabalhadores, cotidianamente e se apresenta como uma forma cruel de exploração de poder, baseada, em especial, em questões sociais, econômicas e de gênero. Essa é a definição oficial da Organização Internacional do Trabalho (OIT), para a prática.
Assédio moral é o conjunto de comportamentos e práticas inaceitáveis, ou de suas ameaças, de ocorrência única ou repetida, que visem, causem ou sejam suscetíveis de causar danos físico, psicológico, sexual ou econômico, e inclui a violência e o assédio com base no gênero- OIT

Em resumo, o assédio moral é a forma de expor pessoas a situações de constrangimento e humilhação no ambiente de trabalho, recorrentemente. Traz danos às vítimas – psicológicos, sociais e até físicos, a depender do tipo de adoecimento. Prejudica também o ambiente de trabalho.

Ainda que seja um tema muito comentado, muitos trabalhadores e trabalhadoras desconhecem as formas práticas do assédio moral e, em muitas situações, seja pelo desconhecimento ou pelo medo de perder o emprego, acabam não detectando ou ‘deixando acontecer’, se calando apesar do sofrimento. (Veja abaixo os principais tipos de assédio)

O que caracteriza o assédio

Algumas situações no ambiente de trabalho podem ser enquadradas como assédio moral e podem gerar reclamações de direitos na Justiça, revisão de condutas de empresas e de gestões no serviço público, além de outras ações com foco em eliminar essa violência do local de trabalho. 

As principais condutas que se caracterizam como assédio moral são:

  • Retirar a autonomia do trabalhador ou contestar, a todo o momento, suas decisões;
  • Sobrecarregar o trabalhador ou retirar o trabalho de sua responsabilidade como objetivo de provocar a sensação de inutilidade e incompetência;
  • Ignorar a presença do trabalhador, dirigindo-se apenas aos demais colegas
  • Obrigar a cumprir tarefas humilhantes;
  • Gritar, xingar ou falar de forma desrespeitosa;
  • Espalhar rumores ou boatos ofensivos sobre a pessoa;
  • Ignorar problemas de saúde;
  • Criticar a vida particular da vítima;
  • Atribuir apelidos pejorativos;
  • Impor punições vexatórias, como dancinhas;
  • Expor e enviar mensagens depreciativas em grupos de trabalho e nas redes sociais;
  • Isolar fisicamente o trabalhador para que não haja comunicação com os demais colegas;
  • Desconsiderar, ironizar, desacreditar injustificadamente as opiniões do trabalhador;
  • Impor condições e regras de trabalho personalizadas, de caráter humilhante e diferentes das atribuídas aos demais;
  • Delegar tarefas impossíveis e prazos incompatíveis para finalização de um trabalho;
  • Manipular informações, deixando de repassá-las com a devida antecedência necessária para que o trabalhador realize suas atividades;
  • Vigilância excessiva;
  • Limitar o número de vezes que o trabalhador vai ao banheiro e monitorar o tempo que lá ele permanece;
  • Advertir arbitrariamente;
  • Incentivar o controle de um trabalhador por outro, criando um controle fora do contexto da estrutura hierárquica, para gerar desconfiança e evitar a solidariedade entre colegas.
  • Importante: trabalhadoras e trabalhadores podem e devem buscar seus direitos e combater a prática de assédio moral no trabalho.

O que fazer?


Se você se reconhece como vítima de alguma situação de assédio, o primeiro passo é buscar orientação jurídica. O melhor caminho para isso é procurar o sindicato de sua categoria.

É importante ter em mente que muitas categorias têm em suas Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho, cláusulas específicas sobre o tema, que servirão como instrumento de proteção a trabalhadores que sofrem o assédio.

De acordo com especialistas em Direito do Trabalho do escritório LBS Advogadas e Advogados, que presta assessoria jurídica à CUT, “é importante para a vítima de qualquer violência, assédio ou discriminação, ter ferramentas para identificar a conduta abusiva que lhe é dirigida, para que possa buscar amparo para agir dali por diante”.
Se essa situação ocorre no ambiente de trabalho, é importante que a trabalhadora e o trabalhador busquem o sindicato como aliado para acolher, por meio da escuta atenta e sigilosa, apurar os fatos junto aos responsáveis, inclusive com orientação da assessoria jurídica- LBS Advogadas e Advogados

Em uma eventual ação judicial de reparação de danos morais, é preciso reunir provas de que houve a situação de assédio. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), recomenda anotar, com detalhes, todas as situações de assédio sofridas com data, hora e local, e listar os nomes dos que testemunharam os fatos. É importante buscar ajuda de colegas, principalmente e quem testemunhou o fato ou que já passou pela mesma situação;

Paralelamente, é recomendado buscar orientação psicológica sobre como se comportar para enfrentar tais situações, além de comunicar a situação ao setor responsável, ao superior hierárquico do assediador ou à Ouvidoria, caso a empresa tenha esse tipo de atendimento.

Denúncias

Além de denunciar nas instâncias internas, ou seja, aos setores responsáveis na empresa, a denúncia pode ser feita, mesmo que de forma anônima, no Ministério Público do Trabalho.

Todos perdem

A prática do assédio moral traz prejuízos para o trabalhador, ponta mais fraca desse tipo de situação, mas também tem outras consequências. Para a empresa, diminui a produtividade, aumenta a rotatividade de funcionários, aumentam os índices de acidentes, faltas, licenças médicas, indenizações trabalhistas, multas administrativas.

Para o Estado, os custos com tratamentos médicos, despesas com benefícios sociais e custos com processos administrativos e judiciais.

A face do destruidor e suas vítimas

Ter conhecimento sobre a face desse tipo de violência e quem são os principais alvos é importante para que estratégias de combate sejam adotadas. Em geral, essas ações partem dos sindicatos que reivindicam das empresas uma conduta adequada em relação aos seus trabalhadores. Elas podem se apresentar por meio de campanhas específicas dentro dos locais de trabalho, canais de denúncia, entre outras ações. Ou seja, é importante saber quem são as vítimas mais frequentes, onde o assédio acontece e por quê acontece.

Gestores, chefes, encarregados, supervisores, administradores, gerentes, ou seja, em qualquer cargo superior de hierarquia, há a incidência do assédio moral, mas não é somente nesses casos. Muitas vezes o assédio moral ocorre até mesmo dentro de uma mesma função, entre colegas de trabalho. Apesar de englobar todos os segmentos, há, conforme dizem pesquisas, uma incidência maior quando a vítima é do gênero feminino.

Isso quer dizer que até mesmo dentro das mesmas funções, a mulher é maior vítima de assédio moral por seus colegas homens dentro do ambiente de trabalho.

Em geral, trabalhadores de todos os segmentos sofrem assédio. Sejam pessoas negras, LBGTQIA+, jovens, mas os estudos sobre o rema revelam, de fato, quem mais é suscetível. Um dos levantamentos, feito pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, mostra que 72% das mulheres já sofreram assédio e violência no trabalho.

Outra pesquisa, feita pelo site de empregos Catho, mostra que 38,7% de 2.300 mulheres entrevistadas revelaram já ter sofrido assédio moral dentro das empresas.

Mais: estudo chamado “Assédio moral no trabalho, gênero, raça e poder”, publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional em 2018, mostrou que 65% das entrevistadas relataram atos repetidos de violência psicológica, contra 35% dos homens.

Uma outra pesquisa, realizada pela OIT e apresentada durante audiência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, na Câmara dos Deputados, em junho de 2023, revelou que 1 a cada 5 pessoas empregadas já sofreu algum tipo de violência ou assédio sexual no ambiente de trabalho, seja homem ou mulher.

Negros, mulheres, homossexuais e trabalhadores que retornam ao trabalho com algum tipo de sequela, de acordo com essa pesquisa, são as principais vítimas.

Levantamento da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) mostra, com base no que dizem psicólogos e psiquiatras, o assediador, em geral, tem personalidade narcisista e apresenta outras características. São elas:fantasias de sucesso ilimitado e de poder;
acredita ser especial e singular;
tem excessiva necessidade de ser admirado;
pensa que tudo lhe é devido;
explora o outro nas relações interpessoais;
inveja muitas vezes os outros e tem atitudes e comportamentos arrogantes.

Tipos de assédio

Há vários tipos de assédio moral e podem ser caracterizados por sua abrangência. Conheça:

O mais comum é o ‘interpessoal’, praticado de um colega a outro, de forma direta e pessoal, para prejudicar, desclassificar, tirar a credibilidade, desestabilizar emocionalmente ou eliminar o profissional da relação com a equipe.

São exemplos dessa forma de assédio um homem ter conduta machista com mulheres, reproduzindo discursos preconceituosos sobre capacidades, exposição de erros de trabalhadores em ambientes coletivos, com uso de linguagem agressiva e depreciativa e até mesmo o que se conhece como ‘perseguição’, quando um colega simplesmente passa a atacar outro, também com conduta depreciativa, com ou sem motivo.

O assédio ‘institucional’ é quando a própria organização incentiva ou tolera esses atos. Ou seja, quando a empresa adota métodos de gestão baseados na exploração com esgotamento emocional para aumento da produtividade. São casos por exemplo desse tipo de assédio a cobrança de metas abusivas, a concorrência e competitividade desleal entre trabalhadores, entre outros casos.

O assédio pode ser vertical, entre pessoas de nível hierárquico diferentes. Neste caso, é descendente quando vem dos superiores usando de seu poder para assediar subordinados; ascendente quando um trabalhador usa de conduta abusiva para constranger seu superior; e horizontal quando ocorre entre pessoas do mesmo nível hierárquico.

Por segmento: além das estruturas do assédio moral, a prática também possui recortes específicos, tornando os segmentos abaixo mais vulneráveis a esse tipo de violência:

Discriminação por gênero


Esse tipo de assédio se caracteriza por:Falar a todo momento sobre as características físicas, tais como cabelo, peso, cor da pele etc.;
Pedir para vestir a “blusinha ou a calça de bater metas”;
Inferiorizar a todo momento as ideias e questionamentos feitos no contexto de trabalho pelas mulheres;
Criticar ou expor a vida particular da mulher;
Atribuir apelidos relacionados à condição de mulher;
Deixar de atribuir tarefas ou promover em razão da maternidade;

Discriminação pela cor


Esse tipo de assédio se caracteriza por:Uso de termos pejorativos e racistas no ambiente de trabalho como “tuas nega”, “mulata”, “serviço de preto”, “denegrir” e “amanhã é dia de branco”;
Atribuir apelidos com conotação pejorativa relacionadas à cor da pele, como “macaco”, “criolo”, “tição”;
Promover qualquer espécie de distinção e/ou exclusão motivada pela cor;
Colocar pessoas negras em empregos de níveis inferiores, promover diferenciação salarial e negativa de oportunidades de avanço na carreira;
Promover qualquer prática de racismo, injúria racial ou intolerância religiosa.

Discriminação pela orientação sexual ou identidade de gênero

Esse tipo de assédio se caracteriza por:Atribuir apelidos pejorativos às pessoas LGBTQIA+, como “viadinho”, “sapatão”, “traveco”, “bicha”, “mulher macho”, entre outras.
Colocar essas pessoas em empregos de níveis inferiores, promover diferenciação salarial e negativa de oportunidades de avanço na carreira;
Promover qualquer prática de conversão;
Fazer piadas jocosas sobre a expressão de gênero de pessoas LGBTI+;
Procurar adequar a expressão ou comportamento de pessoas LGBTI+ à heteronormatividade, como exigir que mulheres lésbicas que não performam feminilidade utilizem salto alto, maquiagem etc.

Discriminação das pessoas com deficiência: capacitismo

Esse tipo de assédio se caracteriza por:Uso da deficiência de forma pejorativa com termos como “você deu mancada”, “parece que é cego/surdo”, “dar um de João sem braço”, “está mal das pernas”, “parece retardado”;
Duvidar da deficiência ou tentar usar a dúvida de forma elogiosa, partindo do princípio que a deficiência é algo ruim. É comum uso de termos como “nem parece que você é PCD” e “seu problema não tem cura?”
Atitudes que tratem a deficiência como condição que limita o sujeito em sua totalidade e diante de qualquer conquista exalte como ato de superação;
Atitude de infantilização das pessoas com deficiência ao utilizar expressões no diminutivo;
Limitar a interlocução apenas aos acompanhantes de pessoa com deficiência, presumindo a incapacidade de expressão

Discriminação por idade: etarismo

Esse tipo de assédio se caracteriza por:Políticas de recrutamento que colocam limites de idade na elegibilidade de trabalho de uma pessoa;
Ser rejeitado em uma promoção e a posição ser dada a alguém mais jovem fora da empresa, porque seu empregador deseja que a empresa de tenha uma imagem mais jovem;
Demissão principalmente de trabalhadores mais velhos durante as dispensas da empresa;
Assédio, como ser xingado ou outras formas de hostilidade, como colegas e superiores fazerem piadas com base na idade.

Por ideologia política – assédio eleitoral

Esse tipo de assédio não é novo, mas ganhou destaque na disputa eleitoral de 2022.

Patrões que ameaçam demitir quem não votar no candidato que eles determinam está cometendo crime eleitoral, previsto na Constituição Federal de 1988.

O artigo 5°, parágrafo VIII diz “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Já o Artigo 14° reforça que a “soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e polo voto direto e secreto, com valor igual a todos”.

Significa que ninguém deve se submeter à ordem ou coação na hora do voto. o assédio eleitoral ou a compra de votos também está descrita como crime em lei pelo artigo 301 do Código Eleitoral.

Recentemente, o controlador da cadeia de lojas Havan, Luciano Hang, um dos apoiadores mais famosos do então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), foi condenado a pagar R$ 85 milhões pela prática desse crime

Veja mais: Hang e Havan são condenadas por crime de assédio eleitoral

Atuação sindical - convenção 190

A convenção 190 da OIT é considerada o primeiro tratado mundial que reconhece o direito de as pessoas serem livres da violência e assédio no ambiente laboral, independentemente de categoria e status contratuais, cobrindo tanto setor público quanto privado, aprendizes e estagiários, nos locais físico ou virtual, rural ou urbano.

A ratificação da convenção é luta permanente da CUT e seus sindicatos.

Atualmente 30 dos 187 estados-membros da entidade ratificaram o documento, e o Brasil não está entre eles. Em 8 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encaminhou ao Congresso o pedido para que o país ratifique a convenção, onde passou a tramitar como Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Uma vez ratificada o governo deverá adotar leis e regulamentos contra a violência e o assédio. Mas, para além disso, em consulta com os sindicatos, os empregadores deverão também tomar medidas adequadas para prevenir e combater a violência e o assédio no trabalho, a fim de proporcionar um ambiente seguro.



Fontes:

Cartilha Enfrentamento ao Assédio e Discriminação/LBS Advogadas e Advogados

Cartilha Violência e Assédio no Ambiente de Trabalho/Fetec-CUT Centro Norte

Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral Pare e Repare/Tribunal Superior de Justiça