“Teocracia em Vertigem”: especial de Natal do Porta dos Fundos pensa sobre o Brasil de hoje


Por Marcos Aurélio Ruy


O especial de Natal do grupo Porta dos Fundos deste ano pensa sobre o país em que o Brasil se transformou, principalmente após a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. Bem ao estilo do grupo britânico Monty Python (“A Vida de Brian”, de 1979 e “O Sentido da Vida”, de 1981), o grupo brasileiro brinca e faz pensar sobre o ódio às classes populares e ao diferente que predomina na sociedade brasileira.

Por isso, dizem que “Cristo não vai voltar” muito provavelmente porque se retornasse seria odiado, talvez apedrejado pelos defensores da ideia da “Terra plana” e do país ser dominado por uma teocracia fundamentalista que não aceita o diálogo e rejeita o conhecimento, a ciência, as artes e todas as pessoas que ousam pensar.

Assista Teocracia em Vertigem (2020) pelo YouTube


Ao citar “Democracia em Vertigem” (2019), de Petra Costa, documentário sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que pode ser assistido na Netflix. Como se fosse um documentário também, “Teocracia em Vertigem” narra a vida de Jesus Cristo sob o prisma da política brasileira dos últimos quatro anos.

Com direção de Rodrigo Van Der Put e roteiro de Fábio Porchat, o especial apresenta o processo de crucificação de Cristo com Pôncio Pilatos lavando as mãos e o povo preferindo a libertação de Barrabás e a pena capital de Cristo. Este especial de Natal se encontra no canal do YouTube do Porta dos Fundos porque a Netflix não renovou o contrato com o grupo, talvez sob a influência da polêmica causada em 2019 com “A Primeira Tentação de Cristo”, que sugere um Cristo gay.

O especial deste ano não chamou tanto a atenção de grupos de fanáticos religiosos, movidos pela raiva insana. Com a notória citação de “A Última Tentação de Cristo”, (1988), de Martin Scorsese, “A Primeira Tentação” provocou a ira de radicais de extrema direita e, chegou a ser proibido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, sendo liberado pelo Supremo Tribunal Federal. A censura chamou mais a atenção ainda ao trabalho do Porta dos Fundos.

Veja A Primeira Tentação de Cristo (2019)
Mas como o objetivo do Porta dos Fundos é provocar e com sua provocação fazer as pessoas pensarem sobre a vida, desta vez, o grupo traz um Cristo loiro, assexuado e talvez muito por isso não tenha causado horrores. Mostra o descalabro da extrema direita dominar o Estado e tentar levar o Brasil para uma teocracia fundamentalista, fundamentada na violência, no medo e no ódio. Vale a pena assistir para rir e pensar.

Fonte: Portal CTB

Dieese completa 65 anos levando o conhecimento científico à classe trabalhadora


O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) completa nesta terça-feira (22) 65 anos de fundação. Foi criado em um momento histórico em que os trabalhadores e trabalhadoras discutiam como se contrapor ao índice do custo de vida na cidade de São Paulo.

“O Dieese nasce calculando o preço da inflação. A ideia do Dieese foi de que o conjunto de técnicos deveria levar o conhecimento científico a classe trabalhadora. E de alguma forma isso é bastante simbólico em um ano pandêmico onde a ciência tem sido contestada”, afirmou Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese.

Confira a entrevista na íntegra na Rede TVT


Pesquisa aponta maior violência contra as mulheres no mundo do trabalho


Por Marcos Aurélio Ruy. 
Foto: Thinkstock

A pesquisa Percepções sobre a violência e o assédio contra mulheres no trabalho, feita pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, entre 7 e 20 de outubro e divulgada em dezembro, traz dados para a compreensão do machismo no mercado de trabalho.

“Esse estudo comprova uma realidade sentida por nós mulheres sindicalistas há muito tempo”, revela Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

A sindicalista mineira afirma que “a ideologia do patriarcado ainda prevalece em nossa sociedade” e o “mercado de trabalho não foge à regra”. Só que “a cultura do estupro vem ganhando dimensões impensáveis para uma sociedade que se pretenda civilizada”.

Já Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-SP, assinala a violência psicológica como a mais comum, e com maior dificuldade de percepção, sofrida pelas mulheres. “Naturalizar violências que não causam lesões físicas, faz com que esse tipo de violência se perpetue. É muito comum nos depararmos com situações onde as mulheres que sofrem violência se sintam culpadas pela violência que sofrem, ou alguém sempre questiona ‘o que ela fez?’”, afirma.


Acompanhe a pesquisa completa aqui.

A começar pela questão do assédio, tanto moral quanto sexual, pelo qual 92% dos 1.500 entrevistados (mil mulheres e 500 homens) acreditam que as mulheres sofrem mais assédio no ambiente do trabalho. A situação de assédio é crucial no mercado de trabalho brasileiro, mas 76% das mulheres dizem já ter vivenciado alguma situação de humilhação ou violência (gritos, xingamentos ou qualquer tipo de discriminação). Entre os homens esse índice é de 68%.

Por isso, para Gicélia, “é necessário forçar o debate para o despertar da consciência de que as mulheres não devem ser culpabilizadas pela violência sofrida e desconstruir esse machismo imposto pelo patriarcado”.

As mulheres buscam independência financeira no trabalho, disseram 69% das pesquisadas. Entre os homens esse índice é de 60%. Já 68% das mulheres acreditam ter menos possibilidades de serem promovidas por serem mulheres e mães.

A pandemia agravou a situação. Pela opinião de 92% das mulheres entrevistadas, a pandemia trouxe mais prejuízos a elas com o acúmulo de tarefas domésticas e cuidados com os filhos. Entre os homens 84% acreditam nisso. Além de ter aumentado durante a pandemia, a violência doméstica piora o desempenho no trabalho, afirmam 69% das mulheres.

A insegurança no mercado de trabalho também cresceu mais para as mulheres durante a pandemia. O estudo aponta que 64% delas relataram aumento no medo de perder o emprego, entre os homens 61% viram esse medo crescer. Já 34% delas e 30% deles perderam o emprego por causa da pandemia.

Enquanto 78% das mulheres relataram sobrecarga de trabalho causada pelo isolamento social e o home office, entre os homens 65% disseram ter aumentado o trabalho no período. O trabalho doméstico aumentou para 72% das mulheres e 45% dos homens.

Celina realça a importância da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que preconiza a extinção do assédio e da violência no ambiente do trabalho. “Pesquisas como essa reforçam a importância da nossa luta por igualdade de direitos entres os gêneros no mercado de trabalho e na sociedade”.

De acordo com ela, é necessário aumentar a presença da mulher em cargos mais elevados no mercado de trabalho e nos movimentos sociais, assim como no movimento sindical. “Quanto mais mulheres tivermos em cargos de direção em todas as instâncias, mais conseguiremos dar visibilidade à nossa luta por igualdade de gênero”.

SINPROESEMMA confraterniza com Núcleos Sindicais da Regional de Barra do Corda


O SINPROESEMMA segue promovendo e organizando os trabalhadores e trabalhadoras em educação do Estado e de parte das Redes municipais no Maranhão. 

Desta vez foi na Regional de Barra do Corda. 

Sempre inovando o Sindicato promoveu a primeira confraternização dos núcleos da Regional. 

O almoço foi oferecido na sede social dos professores com música ao vivo ao som de Canídia e entrega de panetones.

De acordo com a Coordenação o objetivo deste momento é reafirmar os laços de amizade e luta e ao mesmo tempo criar um momento natalino de votos de esperança, de saúde com a chegada da vacina e demonstrar que o espírito aguerrido de luta, de busca por justiça social e compromisso no combate às desigualdades sociais e à defesa dos direitos dos trabalhadores em educação estão vivos e cada vez mais firmes.

O evento contou com a participação dos quatro núcleos ativos: Barra do Corda, Fernando Falcão, Itaipava do Grajaú e Jenipapo dos Vieiras. 

O Presidente do SINPROESEMMA Raimundo Oliveira e o ex-presidente e atual vice-prefeito de São Luís Júlio Pinheiro prestigiaram a festa dos educadores e educadoras. 

O Presidente Raimundo Oliveira parabenizou o evento e disse ter ficado honrado pelo convite de fazer parte da festa democrática da Educação há regional de Barra do Corda. Oliveira destacou as conquistas da classe e incentivou para que a regional continue sendo combativa e defensora da classe.  

O ex-presidente do SINPROESEMMA e atual  vice-prefeito de São Luís Júlio Pinheiro  falou dos avanços em infraestrutura e saneamento no seu município e destacou a iniciativa de a regional reunir os núcleos para essa primeira confraternização. 

A coordenadora do núcleo de Jenipapo dos Vieiras Andréa Almeida falou a todos os presentes que o Sindicato faz história na defesa dos educadores e educadoras do Maranhão. A professora lembrou que por conta da mobilização e seriedade dos educadores e do Sindicato a categoria indicará a nova Secretária de Educação do município e encerrou sua fala parabenizando o evento e elogiando a categoria que caminha ao lado do SINPROESEMMA.

O coordenador de Fernando Falcão Professor Hamilton falou da importância de seu município ter conseguido eleger duas mulheres professoras: prefeita e vice-prefeita. E disse que está sempre à disposição do SINPROESEMMA. 

O coordenador do Núcleo do SINPROESEMMA em Itaipava do Grajaú professor Márcio agradeceu o convite. Falou "temer dias difíceis no seu município", mas reafirmou o "compromisso do Sindicato com a luta e que continua firme na defesa dos direitos trabalhadores.".

O coordenador do Núcleo sindical de Barra do Corda professor Jaile Lopes falou da importância de reunir os núcleos para esse momento de confraternização. "Momento para dividirmos afetos e reafirmamos o bom combate na defesa da educação. Falou que essa iniciativa já deveria ter acontecido. Mas tudo tem a hora certa de começar.", disse.

SINPROESEMMA tem reunião com SEDUC e inicia diálogo sobre Campanha Salarial 2021


Em reunião na tarde desta sexta-feira, 18, a diretoria do Sinproesemma esteve reunida com a Seduc para dar início a campanha salarial 2021.

Durante a reunião, o presidente do Sinproesemma fez uma avaliação sobre a atual conjuntura da educação e falou sobre os eixos permanentes da pauta de reivindicação 2021 que se baliza na valorização dos trabalhadores em educação, infraestrutura das escolas, qualificação profissional e a qualidade do ensino aprendizagem. A direção do Sinproesemma tratou ainda sobre o término do ano letivo e a volta às aulas em 2021.

“Tivemos um ano muito difícil, onde junto com a pandemia tivemos que lutar contra as manobras e tentativas do governo federal de retirar direitos dos trabalhadores em educação. Acreditamos em um esforço conjunto entre Sinproesemma e Seduc para construirmos um caminho de atendimento à pauta de reivindicação na perspectiva de um ano novo melhor, com dias melhores para a nossa categoria”, disse Raimundo Oliveira.

A direção do Sinproesemma enfatizou da necessidade da automaticidade das progressões, de regularização das titulações e promoções dos trabalhadores em educação do Maranhão, além da realização de concurso público, ampliação de matrícula, lançamento de edital de curso pró-funcionário, celeridade na publicação de portarias de aposentadoria, condições sanitárias para o retorno das aulas, entre outros.

Segundo o secretário de Educação Felipe Camarão, todos os questionamentos do Sinproesemma já serão respondidos em uma nova reunião que ficou agendada para janeiro de 2021.

“Temos um contato permanente com o Sinproesemma. Durante todo o ano fizemos reuniões por videoconferência e webinários onde debatemos as formas de aulas por conta da pandemia, entre outros pontos como a garantia das férias sem antecipação. Fizemos uma avaliação desse cenário e apresentamos as perspectivas financeiras e pedagógicas para 2021, propondo um calendário para o ano que vem. Agora é debater e dialogar para garantir boas notícias para os trabalhadores em educação tanto no campo financeiro como pedagógico”, disse Felipe.

Ano letivo de 2021

A Seduc apresentou ao Sinproesemma a proposta de calendário para o ano letivo de 2021. A ideia é terminar esse ano letivo de forma remota como já vem acontecendo até o final de dezembro, sendo mais tarde até o final de janeiro e garantindo o recesso antes do início do ano letivo previsto para fevereiro de 2021, começando dia 08 nas escolas de tempo integral e dia 22 nas escolas regulares. Os 2º e 3º anos terão calendários fixos, com aulas de forma híbrida e gradativa. Todos os trabalhadores em educação do Estado farão testagem para a Covid-19 e será aplicado o inquérito sorológico (testagem por amostra) para os estudantes.


Todas as normas de biossegurança serão respeitadas e a quantidade de alunos em sala será reduzida buscando a melhor forma de revezamento entre os alunos, tendo as escolas autonomia para implantar a forma de fazer essa dinâmica. A Seduc irá disponibilizar kits de higiene para a comunidade escolar, assim como continuará a distribuição de chips de internet. Será disponibilizada ainda para o Sinproesemma uma nota técnica das autoridades em saúde do Estado que irá apontar as condições necessárias para a volta das aulas presenciais na rede estadual. A nota vai apontar os mecanismos necessários para a volta segura das aulas.

“Tivemos uma reunião muito proveitosa com a Seduc, onde tratamos dos principais pontos inerentes a valorização dos trabalhadores em educação, a possibilidade da retomada ou não das aulas presenciais, debatendo também outras formas, caso não haja condições segundo os especialistas em saúde. Entendemos as dificuldades impostas por leis aprovadas pelo Governo Federal contra os trabalhadores que traz um enorme retrocesso, mas temos perspectivas que com diálogo possamos avançar em pontos pendentes e que atendam às necessidades de valorização da nossa categoria e o cumprimento do nosso Estatuto”, enfatizou Oliveira.

Acompanhe aqui íntegra da Resolução Política aprovada em Reunião nacional da CTB que marca os 13 anos da Central


Num ano marcado pela crise sanitária, econômica e política, com restrições às manifestações de rua, a CTB recorreu a novas formas de luta para defender a vida, a saúde, o emprego, a renda e os direitos da classe trabalhadora em unidade com outras centrais, os movimentos sociais e as forças democráticas e populares. Na reunião virtual concluída nesta sexta-feira (18) a Direção Nacional da Central fez um balanço de 2020. Confira:

Balanço da ação da CTB em 2020

Novos desafios para o movimento sindical emergiram em 2020 no rastro da pandemia do novo coronavírus, exigindo um esforço redobrado em defesa da vida, da saúde, do emprego e direitos da nossa classe trabalhadora.

Governo e patrões procuraram tirar proveito da situação para avançar na obra de destruição do Direito do Trabalho. Ao mesmo tempo continuam avessos a medidas de proteção dos trabalhadores e trabalhadoras sob o pretexto de que o aumento das despesas públicas provoca desequilíbrio fiscal.

A luta das centrais, em aliança com os movimentos sociais, forças políticas e parlamentares sensíveis aos interesses populares, tem se revelado fundamental para conter retrocessos, amenizar os efeitos perversos da crise e aliviar o sofrimento do povo brasileiro.

Conquistas unitárias

Em unidade com as demais centrais, a CTB tem se destacado na linha de frente deste combate, que tem no Congresso Nacional um dos seus principais palcos e o objetivo sintetizado na palavra de ordem Fora Bolsonaro.

Os dirigentes sindicais mantiveram diálogos com lideranças do Parlamento, ministros do STF, Ministério Público do Trabalho, governadores, prefeitos e outras organizações e autoridades com o objetivo de contribuir no enfrentamento do problema e defender a classe trabalhadora brasileira.

Entre os resultados para os quais essas ações contribuíram podem ser elencados:

* O Auxílio Emergencial de R$ 600,00 per capita, um valor três superior ao proposto inicialmente pelo governo, que se eleva a R$ 1,2 mil para mulheres chefes de família. A CTB luta agora pela prorrogação do benefício, com a restauração do seu valor original, até que se verifique o fim da epidemia e uma redução substancial do desemprego;

* Apoio Emergencial à Cultura através da Lei Aldir Blanc;

* Apoio a estados e municípios;

* Apoio a micro e pequenas empresas;

* Derrota da MP 905, que caducou no Congresso frustrando a intenção do governo Bolsonaro de transformá-la em lei;

* A retirada de vários retrocessos embutidos na MP 936;

* A realização do 1º de Maio unificado das centrais;

* A realização de reuniões setoriais unificadas de ramos como indústria de transformação, construção civil, transportes, comércio, para o estabelecimento de protocolos para a proteção da saúde nos ambientes de trabalho.

Defesa da vida

Cabe assinalar, ainda, o papel das centrais no debate da defesa do isolamento e das alternativas para a crise sem sacrificar os interesses do povo, como a reconversão industrial com o objetivo de potencializar o combate à covid-19. O documento intitulado “Em defesa da vida, da democracia, emprego e renda” desempenhou relevante papel neste sentido. Ganha centralidade nessas condições a luta da nossa central em defesa da sustentação material, do fortalecimento das entidades e da unicidade sindical em contraposição à pulverização e divisão das bases.

Nas eleições municipais as lideranças da CTB se empenharam pela vitória de candidatos comprometidos com a defesa dos interesses da classe trabalhadora, priorizando os sindicalistas de suas bases, e contra os candidatos associados ao bolsonarismo.

Educação e saúde

A CTB concentrou esforços nas mobilizações em defesa da educação pública, destacadamente na luta exitosa por um novo Fundeb destinado exclusivamente ao financiamento da educação pública e valorização das trabalhadoras e trabalhadores da área.

Também foi destacada a contribuição da Central na formação da Frente pela Vida que construiu e lançou a campanha nacional “O Brasil Precisa do SUS – Vacinas pra todos já”, que deve ganhar força com o protagonismo do movimento sindical.

Serviços e empresas públicas

A CTB participou de todos os fóruns em defesa dos trabalhadores e do serviço públicos e contra os ataques que vêm sofrendo, mediando, negociando e pressionando deputados e senadores, em especial contra a nefasta reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro.

Igualmente relevante foi o empenho na luta contra a política de privatizações e desmonte das empresas estatais (Eletrobras, Correios, Petrobras, BB, Caixa, empresas de saneamento). As empresas públicas são fundamentais para a soberania e o desenvolvimento nacional.

Contra o imperialismo

No âmbito internacional a CTB acompanhou as lutas da FSM (Federação Sindical Mundial) e participou do Encontro Mundial Contra o Imperialismo, pela Vida, pela Soberania e pela Paz” em janeiro de 2020, realizado em Caracas, capital da Venezuela; participou da semana de solidariedade à luta dos trabalhadores venezuelanos contra o embargo econômico imposto pelo imperialismo e dos atos promovidos em frente ao consulado dos EUA em São Paulo em solidariedade aos trabalhadores vítimas da pandemia de covid no país mais rico do mundo; contribuiu nas atividades de solidariedade ao povo cubano que sofre um embargo econômico dos EUA há 60 anos; participou ativamente da criação da UIS Textil da FSM.

Têm especial relevância as iniciativas adotadas no sentido de intensificar a formação e conscientização política das lideranças e do conjunto da militância da CTB. Uma iniciativa inovadora foi a instalação de uma Sala Virtual de Debates. Durante três meses foram promovidos, semanalmente, vários debates virtuais ao vivo sobre temas candentes da conjuntura, acrescidas de lives em diferentes dias que aprofundam o conhecimento da crise e a consciência sobre as alternativas econômicas e políticas para superar os grandes dilemas nacionais.

Formação inovadora

Em julho a Secretaria de Formação lançou a Plataforma da Escola (o EAD Sindical) e, desde então, promove mensalmente cursos à distância através do canal da CTB no Youtube.

No dia 20 de junho a CTB realizou sua 1ª Plenária Virtual. O êxito da iniciativa transparece na participação mais de mil sindicalistas no evento, que definiu a estratégia da Central no enfrentamento da crise sanitária, econômica e política do país. Também foram realizadas diversas plenárias estaduais e regionais.

A CTB também adquiriu e distribuiu máscaras de proteção contra o novo coronavírus. Seções estaduais e entidades filiadas à Central também se destacaram em ações de solidariedade e a CTB Bahia chegou a arrecadar toneladas de alimentos para distribuição a trabalhadores e trabalhadoras que perderam o emprego e a renda em função da crise.

Comunicação

A comunicação desempenha um papel central na luta ideológica cotidiana para difundir as opiniões e concepções do sindicalismo classista. A CTB busca contornar o aperto financeiro decorrente do fim da Contribuição Sindical compulsória e avançar nesta frente constituindo a Rede Povo de Comunicação com o concurso das secretarias estaduais de comunicação e jornalistas militantes das causas trabalhistas para ampliar o conteúdo e elevar a qualidade do site e dos espaços da Central nas chamadas mídias sociais.

Passos muito positivos foram dados nesta direção durante a pandemia. Jornalistas e colaboradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já integram a Rede Nacional de Comunicação da CTB (que será tema de debate nesta reunião) e contribuem regularmente com a produção de conteúdos para o site, enriquecendo-o e tornando-o mais atraente.

Aberta a todas as seções estaduais e entidades associadas à CTB a rede pode e deve ser ampliada com novas adesões e aperfeiçoada, transformando-se num poderoso instrumento de luta contra a ideologia neoliberal, transformada em pensamento único na mídia burguesa.

Elevar a consciência da classe trabalhadora e disputar mentes e corações no seio do povo brasileiro são tarefas indeclináveis do sindicalismo classista na longa e complexa luta política contra a opressão social e nacional e por um novo projeto de desenvolvimento fundado na soberania, na democracia e na valorização do trabalho.

Em meio a tantas adversidades podemos afirmar que, diante da crise e do desgoverno promovido por Bolsonaro, o balanço do ano foi positivo e as ações realizadas em 2020, orientadas pelas concepções sindicais classistas, preparam o terreno para ampliar a luta contra o retrocesso neoliberal no Ano Novo que se aproxima e por dias melhores para a classe trabalhadora e o povo brasileiro.

Finanças

O fim da Contribuição Sindical significou para a CTB e outras centrais uma queda superior a 90% da receita. As restrições financeiras decorrentes da reforma trabalhista de Temer foram debatidas na última reunião do Conselho Político da Central, que definiu a seguinte orientação sobre o tema:

Planejar formas alternativas de aumento de receitas, com parcerias, convênios e outros serviços que se relacionam com as necessidades e interesses dos trabalhadores

Estudar a possibilidade de desenvolver a gestão de novos empreendimentos geradores de receitas para os sindicatos, em atividades compatíveis com a missão sindical, recorrendo a práticas profissionais para evitar perda de energia e tempo nesta tarefa

Buscar um equilíbrio financeiro que não prejudique a atividade fim do sindicato, que é a defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras

Combater a inadimplência e assegurar a contribuição regular das entidades filiadas, principalmente através do pagamento através de débito autorizado

Ampliar a filiação de novas entidades à CTB. As CTBs estaduais devem procurar aumentar as contribuições com débito autorizado, com a garantia de retorno de 50% dos valores arrecadados aos estados.

Centrais Sindicais defendem prorrogação do auxílio emergêncial em 2021


A crise sanitária do novo coronavírus parou a economia em todo o mundo com graves consequências, em especial para os mais vulneráveis. O desemprego, o desalento e a inatividade forçada pelo isolamento atingiram recordes. 

As mais de 180 mil mortes (em dezembro de 2020), grande parte evitável se houvesse coordenação de políticas de proteção à saúde e à vida (oposto do que fez o governo Bolsonaro), fazem parte de uma trágica estatística.

O aumento de infectados e as mais de mil mortes diárias que assistimos hoje revelam que a crise sanitária está longe de ser superada.

Por isso, é fundamental que o país tenha um plano nacional e coordenado de vacinação, promova as medidas de proteção (uso de máscara, álcool gel e distanciamento social) e mantenha o plano de proteção econômica até o controle da pandemia.

É essencial manter uma estratégia de condução da retomada articulada da atividade econômica e de proteção social dos mais vulneráveis.

O Auxílio Emergencial, proposto e defendido pelas Centrais Sindicais, movimento sociais e partidos políticos, que se mostrou essencial para a proteção de mais de 65 milhões de pessoas no Brasil e para que a recessão seja amenizada, uma vez que garante o consumo de milhões de famílias, deve continuar.

Mais do que isso, defendemos que Auxílio Emergencial, que o Governo Federal reduziu pela metade, deva ser atualizado e continuar com seu valor integral de R$ 600,00 mensais. Deve manter-se em vigor a partir de janeiro de 2021, protegendo todos aqueles que não tiverem condições de retomar aos empregos ou suas atividades laborais.

Esse assunto continua em pauta no Congresso Nacional e, assim como em março, cabe ao Legislativo tomar a iniciativa de proteger a sociedade prorrogando o pagamento do Auxílio Emergencial, diante da recorrente ausência criminosa do governo federal em todos os assuntos relacionados à crise sanitária e seus efeitos sociais e econômicos.

São Paulo, 18 de dezembro de 2020.

Sérgio Nobre, presidente da CUT

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT

Adilson Araújo, presidente da CTB

José Calixto Ramos, presidente da NCST

Antônio Neto, presidente da CSB