Dieese registra crescimento de 48% no número de greves em 2022


O Sistema de Acompanhamento de Greves do Dieese (SAG-Dieese) registrou um total de 1.067 greves em 2022, o que significa crescimento de 48% em relação a 2021. Os servidores públicos foram responsáveis por 54% dessas paralisações, ficando 40% com os trabalhadores da esfera privada e 5% por conta de funcionários de empresas estatais.

Entre os servidores públicos, foram organizadas 580 greves, das quais 344 dos profissionais da educação. Na saúde, foram 67 (6%), em especial na área de enfermagem. Na esfera privada (426 greves), destacaram-se os trabalhadores em transportes, principalmente os condutores dos coletivos urbanos, que paralisaram suas atividades em 150 ocasiões (14% do total nacional).

Entre os trabalhadores de recepção, limpeza e serviços gerais, foram registradas 61 greves (6%) e, entre os metalúrgicos, 60. De forma geral, em 2022, o pagamento do reajuste de salários (42%) foi uma das demandas mais frequentes. Entre os servidores públicos, o reajuste salarial esteve presente em mais da metade (52%) das pautas das paralisações; o pagamento do piso salarial apareceu em seguida, em 46% dos movimentos.

Na esfera privada, 45% mencionaram atraso no pagamento dos vencimentos (salários/13º/férias) e mais de um terço (36%), demandas relacionadas à alimentação (implementação, reajuste ou regularização dos tíquetes ou da cesta básica). O reajuste apareceu em terceiro lugar (28%). Nas estatais, (61 greves), o reajuste salarial foi a reivindicação mais importante (39%), seguido pelos protestos por melhores condições de trabalho (20%) e contra as privatizações (20%).

Melhora cenário das negociações

Associado ao crescimento da mobilização e das greves, o acompanhamento das negociações salariais pelo Dieese indica uma progressiva melhora no cenário das negociações coletivas, que nos dois últimos anos foi marcado pela depreciação do valor real dos salários, com a maioria das convenções e acordos coletivos das categorias pesquisadas consagrando reajustes inferiores ao da inflação.

Sinalizando uma reversão desses resultados adversos, na data-base janeiro deste ano cerca de 75% dos reajustes ficaram acima da inflação acumulada dos últimos 12 meses, na comparação com o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). Esse
percentual é idêntico ao observado na data-base de dezembro, com dados atualizados para esta publicação, e indicam forte melhora, na opinião dos técnicos do Dieese.

Devido a resultados bastante negativos nos meses iniciais de 2022, um número elevado de categorias ainda apresenta baixos percentuais de reajustes acima do INPC e outra grande quantidade, abaixo da inflação, situação que foi se modificando no segundo semestre do ano passado, segundo o órgão que assessora o movimento sindical brasileiro.

Fonte: Dieese

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